sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O AVAL DA CARNE

Uma grande rua vazia
Silêncio de manhã de domingo... Acabou.
Tudo é miséria
Tudo é dor
Mas, pouco importa!
No carnaval ninguém é triste: é folião!
Pierrôs e Colombinas, fantasiando a realidade
com o eclesiástico aval da carne: vale carnal...
Passaporte para a momesca euforia
Linda, grandiosa festa e efêmera,
como as carnavalescas juras de amor eterno:
- Me beija!
- Me liga!
- Qualquer dia desses a gente...
Carnaval é ingênua e fugaz alegria de bêbado beijoqueiro
Orgasmo etílico
Patética alegria...
Triste alegria...
Desesperada alegria...
O carnaval é incêndio cênico de cores e luzes doidejantes,
Fogo de angústia e êxtase
Que termina cinza, na quarta-feira.

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