segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ESPÍRITO CAPIXABAIANO


Divino Espírito Santo que me conduz por ruas, ladeiras, casarios...

Cheiro de comida boa...

Cheiro de vida boa!

Santo Espírito, que me faz enxergar a mim mesmo em sua paisagem,

Em sua boa gente, em suas memórias...

Há muito já te sentia em mim...

Vitorioso Espírito, Santo, Salvador de almas

Em tuas águas navega minha sôfrega saudade

Que só em teu porto se acalma.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Raul, Voz e Violão

Raul canta e sorri

Seu sorriso tem o brilho plácido da noite enluarada

Um som de cores invade ruas, cruza esquinas, se espalha por calçadas

É Raul cantando, tocando violão entre estrelas adejantes: suas celestes convidadas

Um som de cantar, de luar, de risada...

A música que se ouve, não vem dos acordes do seu violão nem da sua voz doce, afinada.

Vem do amor de Deus que pulsa rítmico e melódico como uma alegre toada,

No compasso do seu coração cheio de nobreza e de amor, que se renova a cada alvorada

Raul resplandece a poética divina. Raul é uma poesia musicada!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Le Parkour au paradis!

Rafinha é um perigo!

Sobe em parede, corre, pula muro... Que danação!

Gosta de me dar susto e sair em solto riso.

As vezes, cisma de me carregar, metido a fortão

- Me põe no chão, menino! Toma juízo!

E ele ri, debochado, inventando outra diversão.

Curioso, inteligente, dá nó na cabeça da gente!

Enigma adolescente? Complexa explicação...

Acho que Rafinha sonha enquanto, inquieto, troca o teto pelo piso:

- Que bom, meu Deus, fazer parkour no paraíso!

Uma Canção Triste

Quem entrar em meu coração
Escutará uma endecha de ais
Um soluço de dor, um som de solidão

Uma saudade triste e nada mais

Esse pranto existe em meu peito
Desde tempos imemoriais
É um pranto de saudade, por um sonho desfeito
Por alguém que não voltará jamais

Há uma lágrima fria
Sobre um inverossímil sorriso
Que tenta esconder meu sofrer, minha melancolia:
Nostalgia que corporizo

Sim, minha vida é uma canção triste
Que canto, condolente, em busca de paz
Enquanto procuro - nem sei se existe -
Alguma razão para não sofrer mais

Os fragmentos da minha alma que tento reunir
São os pedaços de mim, que deixaste para trás
Enquanto, em vão, me esforço em banir
Essa dor que me devora com sua fome voraz

Quem entrar em meu coração ouvirá o som do vento seco, frio
Que sopra, impiedoso, meus dias finais
Percorrendo os corredores do meu corpo vazio.

Sou só uma saudade triste. Uma saudade triste e nada mais.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Falta de ti

Insisto em procurar-te
Nas solitárias noites que passo em claro, pensando em ti
Busco, em vão, a luz do teu sorriso
No vazio das ruas silenciosamente lúgubres
Um vento gélido de desespero e solidão me invade o ser
Escrevo poemas, tentando fugir dessa dor pungente
Que diuturnamente me aflige
Meus olhos estão áridos de lágrimas, de tanto pranto derramado,
De tanta tristeza...
Agonia sufocante... Falta-me o ar
Falta-me a ti.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Um poema para meu filho

Queria te fazer um poema, filho meu
Um poema que pudesse traduzir o amor que sinto por você
Com palavras cuidadosamente escolhidas, cheias de significados exatos, inequívocos, irretocáveis...
Pra te dizer que sua presença em meu caminho é como uma onírica noite de festa com cores e luzes eternas
Pra te dizer que você é como a pujança do vitorioso sol de dezembro, anunciado a chegada feliz do verão.
Pudera te fazer um poema...
Um poema que conseguisse explicar que você perfuma minha vida com o cheiro das manhãs da minha infância: o ar impregnado de um doce verde viçoso, orvalhado de vida e bucolismo...
Ah, filho amado!
Quem me dera poder exprimir o imponderável, o etéreo, o inefável amor que sinto por você!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Triste partida

Lágrimas sofridas
Se vão furtivas desses tristes olhos meus.
Escorrem até minha boca
Molhando de pranto a palavra adeus
Serei saudade constante?
Ou vaga lembrança fugitiva,
beduína perdida
no deserto dos pensamentos teus?

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Verso e a Valsa

"E se fosse verso ao invés de valsa,
Dançaríamos melhor assim?"
Alice Medeiros



Choro por não saber cantar
Penso por não conseguir esquecer
Peito arde e queima: fogo, medo e solidão
Razão e loucura: qual limite define?
Aí, vem esse relógio
Me dizendo que o tempo foge assim,
Fugaz como areia por entre os dedos
E o tempo o que é,
Senão a dolorosa constatação da verdade?
Você já não há em minha vida, em minha casa...
Em meus livros, em meus braços não há você
Eu: um corpo que cai
vertiginosamente só.

Ter você

Fitar teu olhar
Compor uma canção
Sentir o amor pulsando em meu peito
O prazer da tua presença em meu caminho
Beijar teus lábios e saciar minha sede de amor
Sonhar com você e acreditar na vida
Ficar com você...
Sentir-me inebriado pelo perfume dos teus cabelos
Fazer-te refém da memória da minha retina
Querer-te aqui, agora e eternamente
Te sentir, assim...
Me sentir.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Maré de Pensamento

Meu pensamento me leva pra longe...
Em busca de pessoas, paisagens, sentimentos,
Cheiros, cores, sabores que em minha saudades se escondem
Saudades de quê?
De quem, meu Deus? De onde?
No vai e vem da maré do pensamento
É meu recôncavo coração que me responde:
Sambando na roda do tempo, vadeiam em meu pensamento
As saudades de São Francisco do Conde.

sábado, 8 de maio de 2010

Canção para Jacqueline

Já que a luz do sol descansa nas pétalas das flores,
Que brilhem, fulgurantes, os roseirais!
Já que as cores da ternura emanam do brilho do olhar
das crianças,
Que se pintem as manhãs outonais!
Já que as canções embalam os corações dos homens,
Cantemos o amor! Cantemos a paz!
Já que Jacqueline encerra a essência da graça e da beleza,
Jubilem os astros, as estrelas, os anjos! Sim, cada vez mais!
Congracemo-nos com a alegria
Por essa dádiva divina concedida aos mortais.
Viva eternamente, Jacqueline!
Para que os sorrisos reluzentes sejam eternais.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Para Paraná

Uma fria melancolia me invade
Quando penso em te deixar
Nesta triste partida,
Meu pranto silente insiste em rolar
Meu coração se ressente:
Tenho que ir embora, quando quero ficar...
Tu, que me eras tão distante, agora és presença constante
Em meu viver, em meu caminhar.
Paraná, ai de mim! Preciso rever-te,
Quero voltar
A essa terra e sua boa gente
Que discreta e charmosamente
Nos acolhe a alma, nos faz querer estar...
Ah, Paraná!
Essa endecha sentida quer dizer-te, em despedida:
Saibas que, em memória afetiva
Guardarei por toda a vida
Essa saudade de ti, Paraná...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Da janela, vendo a Augusta

Te escrevi em uma fria madrugada
da cinza e concreta paulicéia desvairada.
A sala estava triste, vazia, abandonada...
Poesia melancólica, de fumaça sufocada
Céu sem estrelas, sem noite enluarada...
A vida em São Paulo é fugidia, é apressada!
Bêbados, sonhadores e loucos vagam pelas ruas em busca do amor.
Que busca desesperada!

sexta-feira, 12 de março de 2010

AMANDA, QUEM É?

MULHER PEQUENINA
FORTE E DELICADA
AMANDA É SIMPLES
E AO MESMO TEMPO COMPLICADA
GRANDE MENINA
FLOR ENCANTADA
PRESENÇA QUE ENSINA
PALAVRA QUE AFAGA
TODO O TEMPO AMIGA
AS VEZES LÁGRIMA TRISTE
AS VEZES RISO E RISADA
AMANDA É COMPLEXA!
RECÔNCAVA E RECONVEXA
SÉRIA E ENGRAÇADA
DIGNA DE SER FELIZ
DIGNA DE SER AMANDA
DIGNA DE SER AMADA!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Contradição

Hoje o dia está tão lindo!
Muita gente na rua: uns riem, outros conversam...
O sol de feriado ilumina os sorrisos dos que passam lá fora...
Tanta alegria de luz, nesse dia,
E dentro de mim só há tristeza!
Tristeza e noite escura, sem luar...