terça-feira, 1 de outubro de 2024

XEQUE-MATE!

Depois de todos os desencontros - desencantos tantos! 

- você achou melhor nos isolarmos e pronto: 

cada um para o seu canto, sem acalanto.

E o pássaro-tempo, que voa mais depressa que o pensamento, em lamento, nos vê do alto: 

nós, sem voz, cada vez mais distantes, organizando na estante dos sentidos os silêncios que gritam.

Xeque-Mate!

Era um jogo? 

Quem ganhou? 

Não sei. Não sei

Só sei quem perdeu: 

eu, que não sei jogar e que só me joguei.

Você, a chuva e eu, o solo seco de Brasília: 

faz tempo que não te beijo!...

Éramos Eros, hoje, nossos lábios em lados opostos... 

Sigo falando o teu nome, voando alto em meu pensamento ou caminhando pela estrada das horas. 

E você, pensando muito em mim e nos desejos nossos...

(Nós na garganta seca...)

Depois de todos os desencantos - desencontros Tânatos 

- você nem sentiu e nem falou mais nada...

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