Numa tarde mole dessas, de inverno
Na praia, um encontro combinado
Você sentado na areia, capacete ao lado
Ali, na praia vazia de gente, mas, de silêncio marejado
Parado
Você, sozinho: de solitude acompanhado
parado
Na mão, uma cerveja... Não me vês. Sim, embora eu te veja
Parado
Olhando para o mar...
Parado
Esperando um por-do-sol num espaço-tempo espraiado
Parado
(Distante...)
A poesia sorrateiramente chega. Para, atrás de ti e apunhala o instante.
Pelas costas, num gesto inesperado, um golpe breve
E você, obnubilado pelo ocaso, soçobra em pensamento: será que algum dia viveu antes de morrer de amar?
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