Eu vi o som e a cor do encontro
O acordo das cores que pintam as paisagens que nos habitam
Eu vi o som
e ouvi a cor do sol do seu sorriso esperto
Teu eu diz perto ao meu
A nossa troca de experiências desperta, desata
Não somos nó: somos nós!
Decolonizando os gestos
olhares, toques, narrativas que passam por lugares
Performamos a energia das ruas que nos percorrem...
memórias dos nossos corpos semoventes
No ser, no estar
A paz na fala é clara, a luz se manifesta
Sua fala calma, chama e a minha, clama na alma
Juntos bebemos o feitiço da noite em copos de vida
Do Pantanal à Lagoa: somos encontros expandidos
Comemoramos, comemos o instante que nos consubstancia
Conexões, beijos, risos, surpresas, mistérios, imersos na imaginação do tempo
Somos templo?
Juntamos gentes que nos atravessam: conhecidas, aleatórias, contraditórias...
Bruxos na dança das horas que se vão furtivas
Ora arrazoados, ora desvairados
Manifestos na marcha pela liberdade
Nossas corporeidades, livres, empunham a mesma bandeira.
Entre o verso e o universo, somos passos nos espaços em expansão
Eu quero que a poesia dos encantos expedidos nos abrace
Presencialmente ou nos sentipensamentos que se liquefazem e nos conectam.
Ouvi a imagem onírica de um rio grande do sul que deságua cores e luzes na baía.
Eu vi o som de ti em mim…
Florianópolis, 11 de julho de 2021, numa madrugada qualquer...