terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Canção de sentir


 
 
O que sinto por você é simples de entender e complicado de explicar...

É como uma velha canção de saudade de alguém distante...

Uma canção que não sei cantar

mas sinto, vívida e claramente, ao pensar em você.

Simples de explicar...

Complicado de entender...

Você é a canção que eu sinto

em meu espírito,

me fazendo feliz

e me fazendo chorar lágrimas de amor.

 

domingo, 2 de dezembro de 2012

IGATU

PRIMEIRO DIA.
ANOTE: SUA FORMA ESTREITA E SEU MAPA PEQUENO,
ONDE A FISSURA SE DEITA O ESTRANHO SE INCLINA.

SEGUNDO DIA.
NOVAS RUÍNAS NO INTERIOR DAS RETINAS
E O HORIZONTE VISTO DE CIMA DA SERRA.

TERCEIRO DIA.
EQUIVALENTES DO AZUL, DE CAPTURA EXCLUSIVAMENTE INTERNA,
ANOTE,
MEMORIAL DE MÃOS & FRESCURA DE PEDRA.

2009

sábado, 22 de setembro de 2012

Imponderável


Não cabe no poema,
Não cabe na canção,
Não cabe no livro ou no segredo dos teus olhos.
O que me basta, não cabe no manto da silente noite
que cobre, suavemente, o rosto do mundo
Não...
É alguma coisa maior que a vida,
maior que toda a História da Arte,
maior que o mar da Bahia.
maior que o meu mais profundo desejo...
O que me basta é o teu corpo em meus abraços e
esse perfume-de-manhã que emana da tua pele
quando o sol descortina a madrugada
e mais nada.

Forever... Aline

Em Manhattan 

Sozinha,

O céu no espelho

E só

Reflexo

                                              namorado
                                           de
                                    vazia                                                   
                              noite 
                         uma                                                          
                      de
                   lua
                 a
          como
Sozinha

Aline
                           ilha

No espelho

Reflete só

Ali 

So Alone

Pensa

Enquanto passa o bored gloss

gris-melancolia

em seus lábios vítreos:

Nunca fui beijada


Porque  ninguém  me  kiss...



Decifra-me e me devora

Esfinge
Por mais que eu não conseguisse me explicar, 

você me entenderia?
Então, me explica! 
Se puderes,
Explica-me a mim mesmo.

sábado, 8 de setembro de 2012

Poemeto da sexta-feira

No calendário, o dia de sexta-feira é "sex".

É sex, tá?

Autocomiseração ou Não Há Nenhum Lugar Para Ir, Esta Noite


É inútil tentar seguir vivendo
como se tudo estivesse bem e em paz: não está!
Tudo está revirado nessa casa que me habita.
Sem você, está tudo fora do lugar... 
Dentro de mim, tudo está fora de ordem, fora do prumo...
Tudo, tudo...
Num soturno espelho quebrado, vejo o teu rosto em fragmentos
Estilhaços de lembranças que dilaceram minha alma
Corte... Sangue na memória do corpo
que jaz no chão desse quarto vazio
Ausência...
Desesperação que agoniza no vão das horas
Silêncio perverso das palavras por dizer
(palavras que jamais serão ditas...)
Lágrimas rolam do meu pranto e secam por si mesmas
Essa solidão, em mim 
que me soçobra em dor 
Dor de manhã de domingo de chuva


Tempo regulamentar

No sumidouro do tempo,
me perdi entre as horas que se foram nessa tarde sem sentido.
Planejei fazer tantas coisas... Queria tanto!(...)
Mas, só agora me dou conta:
o dia está acabando
e eu já nem posso mais pensar em nada.
Não há tempo, sequer, para lamentar o que foi,
o que teria sido...
O dia foi embora,
imperceptível e fugaz,
como um suspiro involuntário 
que acompanha um pensamento qualquer, que nos assalta.

Ainda dança...


Eu não tenho nenhum motivo pra dançar, agora.
Não. Não tenho!
Não sei o que será da juventude que se vai de mim, ao fim dessa festa
Não sei o que será da noite de sábado
E o que será da minha vida, não sei...
Mas, agora, não há em mim nenhum motivo para dançar.
E eu nem sei se, de fato, sei dançar.  
Nem sei se posso...
O que sei é que, agora, eu não quero. 
Não estou triste
Não estou com raiva
Não estou cansado
Apenas não quero dançar
E não insista, por favor!

Que preguiça!


O sol atravessa as janelas do meu quarto,
mas, essa manhã preguiçosa
faz tão pesado o meu corpo nessa cama!
Tudo acordou, lá fora.
Eu sei!
Todos já acordaram,

Eu sinto
Apenas durmo eu, nessa minha vã vontade de fim de semana,
que insiste em não me tornar segunda-feira...
É fria, a manhã. Tudo é sonolento e cinza...
Ah! Porque tenho que acordar?
Enfrentar as pessoas, as lentas horas, os males de cada dia...
Queria que tudo continuasse aqui. 
Que tudo continuasse assim, como está!
Mas, a dura realidade é que tenho que acordar.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Vontade

Caminhadas solitárias pela praia de Ondina...
Há mar...
O sol adormecendo, melancólico, na Baía de Todos os Santos...
Agora, distante, apenas ondas de saudade molham as areias da minha memória afetiva...
Sal das águas do mar
Sal das minhas lágrimas
Águas salgadas 
Águas-saudades
Que vontade de mar, meu Deus!
Que vontade de há mar!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Em 21 de maio de 2012, pedi ao meu grande amigo, poeta, Alexandre Gusmão (O Xandão), que me enviasse seus números de telefone. Ele, mais que depressa me respondeu, mas de uma forma bem particular, como tudo o que faz e diz.
Deixo aqui o registro da sensibilidade poética do Xandão.

"Prezado Valdemar,

é com enorme satisfação que aproveito o ensejo, sem recorrer a molejos, para dizer, e reiterar, que mesmo que fique por lá,
tua presença, tua palavra e tua amizade, amigo sem curvas e reto - suponho, é como teu ombro estivesse por perto,
e digo, em verdade, é como teu nome só pela metade pusesse a saudade com fome, abaixo se segue o contato do meu telefone: (...)

X"


 

terça-feira, 12 de junho de 2012

SEMPRE, JÁ QUE NUNCA FORA...


A solidão anoitece em minha boca

Com sua lua cheia de melancolia.

A tua ausência, silencia a alma

Que jaz morna, na cama. 

Calma fria.


Boca nua

                        Ausência tua

                                                       Rua vazia...




domingo, 11 de março de 2012

Chat Pitre



Um bandoneón descortina o fino véu de silêncio que cobre a penumbra
Faz-se luz no mais profundo em minh'alma
O instante existe com os matizes de alguma coisa etérea
que se imiscui na substância do que nem sei que sou ou que sinto
- talvez nunca o saberei...
O instante existe... persiste...
Como essa melodia...
É alguma coisa de noite escura, com fragrâncias de amor, melancolia e encanto
Eu canto: a voz encena
O corpo abandona o pragmatismo do tempo e do espaço,
Me deixo levar pelos acordes do bandoneón
Uma doçura tímbrica adeja a pulsação do poema 
que dança 
avec toi
formando um par
par nuit
la nuit no ar
noite noire








Ao Professor Marcus Vinicius Borja, avec amour et gratitude.