Na poética ancestral
a inspiração para reinventar a vida me encontra
A cada passado-presente, meu poema reúne fragmentos diaspóricos da alma,
lágrimas, sentires em liquefação,
sangue - gotas de orvalho da carne,
pingando minha vida no solo da memória do sentimento.
Meu negro coração singra em mar aberto,
Sangra
navega em meus versos atlânticos a nau negra da minha alma
Negra
Sopra o vento da memória nas velas do meu sentipensamento
Negro
E o que guarda os porões dessa nau?
Sonhos perdidos
Traumas
Memórias exulcerantes
Escolhas
Abraços desfeitos
Saudades
Silêncios represados
Medos
Amores silenciados
Para onde quero ir?
Quem sou mesmo, agora?
O que quero aqui?
Encontrar a humanidade da minha negritude
Negra cosmopercepção de mundo
Quando o corpo exige libertação
A lágrima-semente germina sonho
O orvalho-ferida amanhece esperançar,
A voz se verte em grito
como quem parte, pela necessidade atávica da liberdade,
deixando para trás tudo o que dói e, sem malas ou dúvidas,
segue viagem rumo ao futuro ancestral.
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