domingo, 2 de fevereiro de 2025

Memória Pioneira: entre a Vila e a Morte

Lago Paranoá

Paranóia noir

Logo paira no ar os cheiros e cores do crepúsculo

A linha do tempo, o espaço, tudo planejado: lago artificial

Lago Lego?

Nado ou nego?

Lágrimas doces do planalto inundam a Vila Amaury

Memória é sentimento submerso

Cidade e saudade na profundidade

Rádio comunitária, parque de diversões com roda gigante,

ruas estreitas sem forma e sem luz,

um comércio aqui, outro ali,

um pequeno cinema com algumas cadeiras e projeções,

bares para embriagar angústias e incertezas,

casas feitas de madeira velha, suor e esperança candanga

fugindo da miséria, enganados pela grande mentira do capital...

Restos de grandes construções da capital,

sobras de obras, fragmentos de vida...

Deserto...

Tudo em ruínas submersas nas águas da ilusão

que só podem ser vistas por quem consegue mergulhar

no mais escuro e profundo da história... 

Aqui, as águas também são setoriais 

Decerto!

e só não molham o seco sorriso das empreiteiras havidas

ávidas! 

Havido o progresso, há vida em processo?

E o povo, de lá? Para onde foram todos com seus pertences e desespero?

Quem sobreviveu à morte, ainda vive o presente 

embrulhado em papel de futuro incerto?

Passado-presente: tempo excerto...

Em Brasília, quem sabe, ao certo, se está errante ou perto?


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