sábado, 22 de setembro de 2012

Imponderável


Não cabe no poema,
Não cabe na canção,
Não cabe no livro ou no segredo dos teus olhos.
O que me basta, não cabe no manto da silente noite
que cobre, suavemente, o rosto do mundo
Não...
É alguma coisa maior que a vida,
maior que toda a História da Arte,
maior que o mar da Bahia.
maior que o meu mais profundo desejo...
O que me basta é o teu corpo em meus abraços e
esse perfume-de-manhã que emana da tua pele
quando o sol descortina a madrugada
e mais nada.

Forever... Aline

Em Manhattan 

Sozinha,

O céu no espelho

E só

Reflexo

                                              namorado
                                           de
                                    vazia                                                   
                              noite 
                         uma                                                          
                      de
                   lua
                 a
          como
Sozinha

Aline
                           ilha

No espelho

Reflete só

Ali 

So Alone

Pensa

Enquanto passa o bored gloss

gris-melancolia

em seus lábios vítreos:

Nunca fui beijada


Porque  ninguém  me  kiss...



Decifra-me e me devora

Esfinge
Por mais que eu não conseguisse me explicar, 

você me entenderia?
Então, me explica! 
Se puderes,
Explica-me a mim mesmo.

sábado, 8 de setembro de 2012

Poemeto da sexta-feira

No calendário, o dia de sexta-feira é "sex".

É sex, tá?

Autocomiseração ou Não Há Nenhum Lugar Para Ir, Esta Noite


É inútil tentar seguir vivendo
como se tudo estivesse bem e em paz: não está!
Tudo está revirado nessa casa que me habita.
Sem você, está tudo fora do lugar... 
Dentro de mim, tudo está fora de ordem, fora do prumo...
Tudo, tudo...
Num soturno espelho quebrado, vejo o teu rosto em fragmentos
Estilhaços de lembranças que dilaceram minha alma
Corte... Sangue na memória do corpo
que jaz no chão desse quarto vazio
Ausência...
Desesperação que agoniza no vão das horas
Silêncio perverso das palavras por dizer
(palavras que jamais serão ditas...)
Lágrimas rolam do meu pranto e secam por si mesmas
Essa solidão, em mim 
que me soçobra em dor 
Dor de manhã de domingo de chuva


Tempo regulamentar

No sumidouro do tempo,
me perdi entre as horas que se foram nessa tarde sem sentido.
Planejei fazer tantas coisas... Queria tanto!(...)
Mas, só agora me dou conta:
o dia está acabando
e eu já nem posso mais pensar em nada.
Não há tempo, sequer, para lamentar o que foi,
o que teria sido...
O dia foi embora,
imperceptível e fugaz,
como um suspiro involuntário 
que acompanha um pensamento qualquer, que nos assalta.

Ainda dança...


Eu não tenho nenhum motivo pra dançar, agora.
Não. Não tenho!
Não sei o que será da juventude que se vai de mim, ao fim dessa festa
Não sei o que será da noite de sábado
E o que será da minha vida, não sei...
Mas, agora, não há em mim nenhum motivo para dançar.
E eu nem sei se, de fato, sei dançar.  
Nem sei se posso...
O que sei é que, agora, eu não quero. 
Não estou triste
Não estou com raiva
Não estou cansado
Apenas não quero dançar
E não insista, por favor!

Que preguiça!


O sol atravessa as janelas do meu quarto,
mas, essa manhã preguiçosa
faz tão pesado o meu corpo nessa cama!
Tudo acordou, lá fora.
Eu sei!
Todos já acordaram,

Eu sinto
Apenas durmo eu, nessa minha vã vontade de fim de semana,
que insiste em não me tornar segunda-feira...
É fria, a manhã. Tudo é sonolento e cinza...
Ah! Porque tenho que acordar?
Enfrentar as pessoas, as lentas horas, os males de cada dia...
Queria que tudo continuasse aqui. 
Que tudo continuasse assim, como está!
Mas, a dura realidade é que tenho que acordar.